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APR em Aberturas de Acesso e Manutenção de Vias

  • Foto do escritor: Guest Henrich
    Guest Henrich
  • há 22 minutos
  • 5 min de leitura


Realizar aberturas de acesso e manter vias em perfeitas condições vai muito além de simples escavações ou nivelamentos: trata-se de garantir a segurança de toda a equipe, a integridade das máquinas e a continuidade das operações sem imprevistos. Para alcançar esse nível de excelência, a Análise Preliminar de Riscos (APR) surge como um instrumento indispensável, capaz de identificar antecipadamente cada perigo, avaliar seu impacto e definir ações preventivas que preservem vidas e patrimônio. Neste artigo, você descobrirá como a APR se aplica especificamente a essas atividades, quais benefícios ela traz ao seu projeto e, ao final, terá acesso a um modelo prático e gratuito para implantar imediatamente esse processo na sua obra.

APR em Aberturas de Acesso e Manutenção de Vias

O que é APR?


A Análise Preliminar de Riscos (APR) é um procedimento sistematizado de segurança do trabalho que faz um levantamento prévio e detalhado de todos os perigos presentes em uma atividade, avaliando probabilidade e consequências para então definir medidas preventivas antes do início dos trabalhos. Ela atua como uma “inspeção antecipada”, mapeando cada etapa do processo para identificar possíveis falhas e propor ações que reduzam acidentes e retrabalhos.



Por que realizar APR em Aberturas de Acesso e Manutenção de Vias?


1. Prevenção de Acidentes

Antes de qualquer movimentação de solo ou tráfego de máquinas, a APR mapeia sistematicamente cada etapa da tarefa, identificando riscos como tombamentos, cortes por objetos pontiagudos, quedas em desníveis e atropelamentos. A partir dessa identificação, são definidos procedimentos operacionais (rotas seguras, demarcações, proteções físicas) e treinamentos práticos — por exemplo, simulações de carga e descarregamento — que garantem que todos saibam exatamente como agir em situações de risco.


2. Conformidade Legal

Cumprir as Normas Regulamentadoras (NR 18 para obras e NR 22 para mineração e movimentação de terras) não é apenas uma exigência: é a base para evitar autuações, embargos e multas. A APR documenta de forma padronizada inspeções de equipamentos, entrega de EPI’s (capacete, luvas, botas com biqueira de aço, protetor auricular), treinamentos obrigatórios e certificações de operadores, servindo como prova em auditorias internas e externas.


3. Eficiência Operacional

Planejar e registrar cada ação em um checklist integrado evita retrabalhos e paralisações emergenciais. Com um cronograma que inclui inspeção diária de máquinas (freios, sistema hidráulico, esteiras, sinais sonoros) e verificação de ferramentas, reduz-se significativamente o tempo de máquina inativa (downtime), além de otimizar a alocação de recursos — tanto humanos quanto de equipamentos — resultando em prazos mais curtos e custos controlados.


4. Engajamento da Equipe

Quando operadores, encarregados e ajudantes participam ativamente da elaboração da APR — contribuindo com percepções de campo e sugestões de melhoria — cria‑se um senso de pertencimento e responsabilidade compartilhada. Essa cultura participativa estimula a comunicação aberta sobre perigos não previstos e reforça o hábito de reportar “quase‑acidentes”, gerando indicadores reais de desempenho em segurança para ajustes contínuos.


Principais Riscos e Medidas Preventivas


Para uma APR em Aberturas de Acesso e Manutenção de Vias é fundamental mapear perigos desde o planejamento até o descarte de resíduos, assegurando que cada etapa conte com controles eficazes. A seguir, apresentamos um resumo dos principais riscos associados e as medidas preventivas recomendadas, baseadas em guias da OSHA, na NR 18 e em práticas de segurança rodoviária da FHWA.

APR em Aberturas de Acesso e Manutenção de Vias

Tarefa

Principais Riscos

Medidas Preventivas

Planejamento da Atividade

• Falhas humanas


• Colapso de escavações


• Proximidade de redes elétricas

– Análise geotécnica e projeto de escavação aprovado por profissional habilitado


– Uso de trincheiras protegidas com shoring ou trench boxes para evitar desmoronamento


– Sinalização antecipada de áreas de trabalho e rotas de fuga com cones, barreiras e painéis refletivos


– Reunião de integração (Toolbox Meeting) conforme NR 18.23.3

Preparação da Área

• Quedas em desníveis


• Choque elétrico


• Picadas e projeção de objetos

– Instalação de guarda-corpos, corrimãos e tapumes em escavações acima de 1,25 m


– Localização prévia de cabos e tubulações por sondagem ou detector de subterrâneos


– Uso obrigatório de EPIs completos (capacete, luvas resistentes, botas com biqueira de aço, protetor auricular e óculos de segurança)


– Inspeção da área para remoção de fauna e detritos antes do início dos trabalhos

Operação e Remoção de Material

• Lombalgia e fadiga por vibração


• Atropelamento


• Tombamento e projeção de material

– Checklist diário de equipamentos (freios, sistema hidráulico, alarmes sonoros, pontos de lubrificação)


– Programas de treinamento ergonômico e rodízio de operadores para reduzir exposição a vibrações


– Regra dos três pontos de contato ao subir e descer de máquinas


– Demarcação de áreas de circulação com fitas zebradas e manutenção de corredores limpos

Manutenção de Vias

• Acidentes de trânsito interno


• Poeira excessiva


• Abalroamento de veículos

– Sinalização avançada e uso de dispositivos refletivos, cones e barreiras modulares para delimitar o canteiro


– Aspersão de água periódica para controle de poeira em vias não pavimentadas


– Inspeção preventiva de pavimento, iluminação e sinalização horizontal


– Implementação de auditorias de tráfego interno e treinamento de flaggers conforme normas locais

Cuidados com o Meio Ambiente

• Contaminação de solo e água


• Impacto na fauna e flora

– Classificação e separação de resíduos de construção e demolição (RCD) para reciclagem e destinação adequada


– Instalação de drenos e barreiras de contenção em áreas de lavagem de máquinas para evitar escorrimento de óleo


– Treinamento específico para manejo de resíduos perigosos e uso de EPIs químicos


– Monitoramento e registro de efluentes, com comunicação imediata ao responsável ambiental


Como Elaborar sua APR


Para garantir que sua Análise Preliminar de Riscos seja completa e efetiva, siga as etapas detalhadas abaixo:


  1. Definir Escopo e Coleta de Dados

    • Descreva claramente o objetivo da APR, abrangendo local, data, equipe envolvida e cronograma previsto.

    • Liste todos os recursos necessários: máquinas, ferramentas, insumos e condições ambientais específicas (clima, tráfego, subsolo, etc.).


  2. Divisão da Atividade em Etapas

    • Quebre a tarefa em subetapas sequenciais (ex.: escavação, carregamento, transporte, descarga), detalhando cada ação.

    • A descrição granular permite mapear riscos de forma mais precisa e evita que etapas críticas passem despercebidas.


  3. Identificação e Mapeamento de Perigos

    • Para cada subetapa, identifique riscos potenciais (físicos, químicos, ergonômicos, ambientais) por meio de:

      • Observação direta do canteiro e inspeção de equipamentos

      • Entrevistas com operadores e registros de incidentes anteriores

      • Consulta a procedimentos e normas técnicas aplicáveis (NR 18, NR 22, etc.)


  4. Avaliação e Classificação de Riscos

    • Atribua a cada perigo um nível de probabilidade (frequente, possível, raro) e severidade (leve, moderada, grave).

    • Utilize uma matriz de riscos para priorizar aqueles que exigem resposta imediata e organizar o plano de ação.


  5. Definição de Medidas de Controle

    • Para os riscos críticos, estabeleça controles seguindo a hierarquia de proteção:

      1. Eliminação/Substituição (ex.: trocar material perigoso)

      2. Controles de Engenharia (barreiras, sistemas de contenção)

      3. Controles Administrativos (procedimentos operacionais, rodízio de equipes)

      4. Equipamentos de Proteção Individual (capacete, luvas, proteção auditiva)

    • Inclua sinalizações (placas, cones, faixas) e treinamentos específicos para garantir a aplicação prática das medidas.


  6. Revisão, Aprovação e Comunicação

    • Submeta a APR ao responsável técnico (técnico ou engenheiro de segurança) para validação formal.

    • Após aprovação, promova uma reunião de briefing (Toolbox Meeting) com toda a equipe para detalhar riscos e controles adotados.

    • Registre presenças e distribua cópias a todos os envolvidos, garantindo o entendimento e o comprometimento de cada colaborador.


  7. Monitoramento e Atualização Contínua

    • Durante a execução, acompanhe indicadores de segurança (quase-acidentes, não conformidades) e atualize a APR sempre que surgir um novo perigo ou mudança nas condições de trabalho.

    • Estabeleça pontos de checagem periódicos para ajustar controles e reforçar boas práticas em campo.

      APR em Aberturas de Acesso e Manutenção de Vias

Seguindo este roteiro, sua APR será um documento dinâmico e robusto, proporcionando um ambiente de trabalho mais seguro e eficiente em todas as fases da abertura de acesso e manutenção de vias.


Conclusão


Em resumo, a Análise Preliminar de Riscos (APR) é muito mais do que um requisito regulamentar: ela se consolida como o pilar para uma cultura de segurança sólida, capaz de proteger vidas. 

Para facilitar a elaboração da sua Análise Preliminar de Riscos, disponibilizamos um modelo completo de APR para Aberturas de Acesso e Manutenção de Vias. Use este template para padronizar seus processos, envolver a equipe e garantir que nenhuma etapa fique sem a devida análise de segurança. Bom trabalho e mãos à obra com mais segurança!


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Guest
há 12 minutos
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